O chamado analfabetismo político é a ignorância voluntária ou circunstancial acerca da Política como “a arte ou ciência de governar” e também como “a arte ou ciência da organização, direção e administração das nações e dos Estados”. Sob outra perspectiva, o analfabetismo político é a renúncia do exercício da cidadania que constitui um dos fundamentos da República como declara a Constituição.
Felizmente, porém, surge uma esperança. Ela é observada pelo excelente artigo do Advogado e Doutor em Sociologia, Murillo de Aragão, publicado em O Estado de S. Paulo (18.11.2017). Seguem alguns trechos: “A sociedade está despertando para a Política. Finalmente está descobrindo que todos nós somos políticos, até quando queremos ficar longe da Política. A omissão é uma atitude política. Votar em branco é uma ação política. Falar mal de políticos é um ato político. Não querer falar de Política também é um ato político. Tudo é Política, mesmo quando não queremos que seja. A Política nos envolve e nos sufoca praticamente desde que nascemos. E termina sendo algo inescapável. Assim como a morte e o nascimento, a Política é uma das poucas questões inevitáveis na vida. Podemos até evitar a vida em sociedade, mas nunca nos livraremos da Política. Pois ao nos livrarmos da vida em sociedade estamos mandando uma mensagem política. Ela é como uma sina que nos persegue. E nem adianta desligar o noticiário quando o volume de informações políticas ultrapassa o necessário e se torna uma pregação fundamentalista”.
Mas o cidadão, desde criança, é educado para conhecer, admirar e praticar o exercício consciente do sufrágio? Não, apesar de sua magna relevância, como proclamou o romancista e ministro da Justiça do Império, José de Alencar (1829-1877): “O voto não é apenas um direito subjetivo do cidadão. O voto é uma fração da soberania nacional”.
“A punição que os bons sofrem quando se recusam a agir é viver sob o governo dos maus.”
Platão (428-437 a.C.). Filósofo grego, aluno de Sócrates e mestre de Aristóteles.
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